Eu não acho ´´eu´´ um assunto interessante, e acho estranho justificar minha vida aqui para pessoas estranhas, meio estranhas e não estranhas, mas se é para isso que serve a coisa, então vamos lá.
Pra começar queria falar do meu dia de ontem(05/02), ontem não foi um dia muito bom, na verdade o dia começou até bem, (é incrível como poucas coisas conseguem destruir um dia inteiro) estava ansioso para sair, para conversar e beber até virar a perna. Mas não saiu bem como eu havia planejado, pessoas apareceram, assuntos aconteceram, situações aconteceram, e isso tudo levou a minha noite a um fim não muito agradável. O que eu fiquei mais puto foi que eu já estava quase bêbado e toda a situação me fez voltar ao normal. Enfim, pisei no assunto e o deixei pra trás e espero que lá ele fique. Não estou com raiva ao todo, só estou vendo a situação por um prisma diferente.
Tenho bebido muito ultimamente, uma amiga me disse que meus olhos brilham quando eu estou abrindo uma garrafa de bebida. Ah, vai ver eu estou querendo afogar alguma coisa.
Ultimamente também estou ouvindo músicas antigas, tipo anos 60,70,80. Tenho ouvido de The animals a Procol Harun. Esse tipo de música me deixa nostálgico. Elas me deixam com uma espécie de nostalgia por coisas que não aconteceram, as vezes, penso que isso acontece porquê estou frustrado de como minha vida foi, então fico nostalgico pensando em como minha vida teria sido segundo eu, a minha versão imaginária do meu passado. Isso é falha de carater? Negar o próprio passado?
Estou lendo o livro A brincadeira do Milan Kundera, é o 3º livro deste autor que estou lendo, os anteriores foram Risíveis amores e A insustentável leveza do ser(um dos livros que fuderam minha vida).
´´Realmente amo na mulher, não aquilo que ela é por si mesma, mas a maneira como se aproxima de mim, aquilo que ela representa para mim. Eu a amo como uma personagem de nossa história a dois. Quem seria Hamlet, privado do castelo de Elsinore, de Ofélia, de todas as situações concretas que atravessava, do texto de seu papel? O que sobraria, além de uma essência vazia e ilusória? Da mesma forma, Lucie, sem os subúrbios de Ostrava, sem as rosas entregues através da cerca, sem suas roupas surradas, sem minhas longas semanas de expectativa sem esperança, sem dúvida não seria mais a Lucie que eu amava.
Assim eu concebia, assim eu me explicava as coisas, e, de revê-la, pois sabia que nos encontraríamos num lugar em que Lucie não seria mais Lucie, e que não teria mais como reatar o fio. Não quero dizer com isso que havia deixado de amá-la, que a esquecera, que sua imagem desbotara; ao contrário; ela morava em mim dia e noite, como uma silenciosa nostalgia, eu a desejava como se desejam as coisas perdidas para sempre.
E como Lucie se tornara para mim um passado definitivo (que, coomo passado, vive sempre e, como presente, está morto), lentamente ela perdia para mim sua aparência carnal, material, concreta, para cada vez mais se desfazer em lenda, em mito escrito sobre pergaminho e escondido numa caixa de metal depositada no fundo de minha vida.´´
Por isso eu leio Milan Kundera, com ele passei a entender coisas sobre relacionamento que eu nem imaginava que precisavam ser entendidas. Com Tomas, Sabina, Teresa e Franz ele me mostrou a complexidade dos relacionamentos e mostrou também como é interessante a história da antiga Tchecoslováquia. Indico.
Enfim, como eu disse no começo: eu não sou um assunto interessante, prefiro postar sobre filmes e livros, mas quem sabe eu volte aqui uma hora pra escrever um pouco mais de mim...
A gente tem vontade de beber o mundo depois que lê Misto Quente, isso é fato. Mesmo esse tendo sido o único livro que eu li do Bukowski ano passado, ele regeu totalmente o meu ano HAHA :) Tu se lembra da destruição, né. É normal, depois piora rs
ResponderExcluirNão vou começar um sermão por comentário de blog, mas vish, se tu tá querendo afogar algo através da bebida, tem que saber o que é eeeee. calei-me.
E eu não acho que seja falta de caráter imaginar como as coisas teriam sido se tudo tivesse sido de outro jeito... Eu pelo menos faço muito isso! Sem culpa.
Todos os livros aí do Kundera são meu *-* adoro rs. A Brimks é muito foda, você tinha que ler. A nossa face (K)
E eu acho que o senhor é muito interessante SIM
xx
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNossa...primeira vez que venho aqui e já encontro uma crise existencial em fase avançada...que bom! Não há nada melhor nem mais desesperador que repensar vc mesmo suas atitudes, experiências, escolhas e fica ainda pior qndo o problema é a omissão o que notadamente ñ é o seu caso...a respeito da possível falha de carater o que deve ser essa coisa mesmo? acho que ninguém nunca saberá ao certo!
ResponderExcluirPS:Quanto ao blog é lógico q eu vou voltar aqui.